4.1.10

página 3

- Desculpe-me, senhor, mas não poderei deixá-lo levar isto, são provas e devem ser analisadas.
As óbvias desculpas. Mande-as para o inferno.
- Tudo bem, querida, eu não as queria mesmo.
Deixei a capa e a camisa ensangüentadas na caixa marrom descascada, encarando a legista ordinária de sorriso falso, e saí dali. Cenas de crime e policiais perdem muito tempo com inutilidades. Se você fosse matar alguém, e fosse planejado de antemão, levaria luvas, certo? Amadores.
Olhe, mais um amador vindo, e esse nem mesmo cabelo tem.
- O senhor poderia me acompanhar?
Não.
- Claro, tenente.
- Você sabe procedimento padrão. Precisamos saber o que aconteceu.
É claro que precisam. Precisam de algo para se pendurarem, não é? O desfiladeiro tem nome e sobrenome.
- Entendo. Porém, já informei ao oficial John não saber de nada, apenas estava aqui escolhendo entre duas maçãs quando a senhorita... Claire, certo?
Aceno de concordância.
- Sim, ela mesma.
- Então, quando a senhorita Claire gritou. Virei em direção ao som e encontrei-a agonizando. Não sou médico, entrei em pânico e busquei ajuda na rua. Estávamos sozinhos quando entrei aqui, e sozinhos pensei que estávamos até vê-la daquela maneira. Se alguém entrou e a matou, o fez silenciosamente e impecavelmente, pelo visto, pois vocês nem tem idéia por onde começar. Será preciso repetir isso mais quantas vezes? – junção de olhos indicando impaciência.
- Mais quantas vezes quisermos, seu insolente. Pensa que não vamos incriminá-lo, pensa que somos idiotas? Se só havia vocês dois o tempo todo, como ela acabou com a garganta rasgada?
01:34 AM. Café da manhã vai ficar para o jantar. Desvantagens de meu dia ser a noite deles.
- Tudo bem. Vamos acabar logo com isso.
Visto desse ângulo, em meio às prateleiras da loja de conveniência, foi fácil para quem-quer-que-seja ter entrado e rasgado a garganta dela, porque nada se via além do refrigerador de bebidas. Assim como quem estava do lado de fora, se houvesse alguém, não podia ver o caixa, um cartaz de “promoção do dia” cobria o vidro.
Pobre Claire, tão bonita e simpática. Tão burra e manipulável. Sempre envolvida com traficantes para poder pagar as contas, dois filhos para criar e a desilusão, compartilhada por mim, em não ter conhecido os pais. Com seus bem distribuídos 1.74 metros, fazia o turno da noite e já havia me habituado à sua conversa aleatória para evitar o sono. Chamava-me “cutie pie” graças à minha alvidez impecável e esparsos cabelos escuros, os quais contrastavam às linhas expressivas acumuladas pelas décadas a fio e aos verdes de meus olhos. Verde, a cor do dinheiro deixado junto ao “boa noite, Claire, até amanhã”. Mas, certeza nesta afirmação, oficial John, tenente Calvo, Legista Ordinária e Desfiladeiro não fariam a mesma leitura que eu vos faço. Para eles/ela, Claire era apenas uma “atendente qualquer”, “vítima da avareza urbana”. Lugar certo, hora errada. Aliás, eu estava no lugar errado, porém a hora não poderia ser mais oportuna. Esgueirar-se, sujeira, tudo faz sentido nesta cidade. Treinados no escuro, em

página 2

Olá, sanidade. Depois de esmiuçar cada pedaço seu e remoê-lo ao pó, cansei-me. Você, a grande proporcionadora da cegueira mortal que assolou durante muito tempo minha vida, agora pode dizer adeus. Dificuldade e proximidade forçada são o resultado das relações criadas a partir da necessidade mútua para sobreviver em um mundo assolado por segundas intenções, disseste no começo. Porém, nós dois nos demos bem. Até quando deixei meu coração órfão ser finalmente acalentado.
Conforto, para quê? Saudades chegam a ser impossíveis de suportar, elas rasgam o tecido novo, mancham seus lençóis, infestam e derrubam suas paredes, e não se mostram. Você não conhece o rosto da saudade se não sabe a quem ele pertence. É um criminoso perfeito e o melhor veneno, simultaneamente, não deixa rastro, é movido apenas pelo instinto calculado para a morte. Dessa maneira ela corrói suas veias e defesas, se alastra, e você não tem controle.
Vicia.
Sanidade, você não sabe o quão bom é sentir-se vivo. Nunca saberá, aliás.
Sim, silêncio.

Adeus.

página 1

E refletido às lágrimas em seu rosto, eu o vi. Acima, o azul, o azul que me fascina, profundo e ao mesmo tempo raso, condenou minha mente e aprisionou a sensação turva eternamente. Sem após, sem erros. Sorrindo, ambos estávamos aliviados e ansiosos, por razoes diferentes, mas compartilhando a liberdade que só o vermelho fluindo leva. Assim, ele me levou, como ela fez uma única vez. Azul, vermelho, branco, preto.

7.10.09

from my broo, sk

Sobre Ter 19 Anos (e algumas outras coisas)
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"Os hobbits eram grandes quando eu tinha 19 anos (um número de alguma importância nas histórias que você vai ler).
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Havia provavelmente meia dúzia de Merrys e Pippins marchando pelo barro da fazenda de Max Yasgur durante o Grande Festival de Música de Woodstock, o dobro disso em número de Frodos, e Gandalfs hippies sem conta. O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, era tremendamente popular naquele tempo e, embora eu nunca tenha passado por Woodstock (certo, é uma pena), acho que fui no mínimo um meio-hippie. O suficiente, sem dúvida, para ter lido a coleção e me apaixonar po ela. Os livros da Torre Negra, como a maioria dos romances fantásticos escritos pêlos homens e mulheres da minha geração (As Crónicas de Thomas Covenant, de Stephen Donaldson, e A Espada de Shannara, de Terry Brooks, são apenas dois dentre muitos), tiveram suas raízes nos de Tolkien.
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Mas, embora eu tenha lido a coleção em 1966 e 1967, demorei a escrever. Reagi (e com um fervor algo tocante) ao ímpeto da imaginação de Tolkien — à ambição de sua história —, mas queria escrever uma história ao meu jeito e, se tivesse começado naquela época, teria escrito no dele. Isso, como a falecida Velha Raposa Nixon gostava de dizer, não seria direito. Graças ao senhor Tolkien, o século XX teve todos os duendes e magos de que precisava.
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Em 1967 eu não fazia a menor ideia do tipo de história que poderia escrever, mas não importava; confiava que ia reconhecê-la quando ela cruzasse comigo na rua. Tinha 19 anos e arrogância. Sem dúvida arrogância suficiente para achar que podia cozinhar um pouco minha inspiração e minha obra-prima (como tinha certeza que haveria de ser). Acredito que aos 19 a pessoa tem o direito de ser arrogante; geralmente o tempo ainda não começou suas furtivas e infames subtrações. Ele nos leva os cabelos e o poder de explosão, como diz uma conhecida canção country, mas no fundo leva muito mais. Eu não sabia disso em 1966 e 1967, e, se soubesse, não teria me importado. Podia imaginar — vagamente — ter 40 anos, mas 50? Não. Sessenta? Nunca! Sessenta estava fora de cogitação. E aos 19 é assim que deve ser. Dezenove é a idade em que você diz: Cuidado, mundo, estou fumando TNT e bebendo dinamite, por isso, se você sabe o que é bom pra você, saia do meu caminho... aí vai o Stevie.
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Os 19 são uma idade egoísta, que restringe severamente as preocupações da pessoa. Eu tinha muita coisa na minha frente e era o que me importava. Tinha muita ambição e era o que me importava. Tinha uma máquina de escrever que carregava de uma porra de apartamento pra outra, sempre com alguma coisa para fumar no bolso e um sorriso na cara. Os compromissos da meia-idade estavam longe, os ultrajes da idade avançada, além do horizonte. Como o protagonista daquela música de Bob Seger, que agora eles usam para vender caminhões, eu me sentia infinitamente poderoso e infinitamente otimista; meu bolso estava vazio, mas a cabeça estava cheia de coisas que eu queria dizer e o coração cheio das histórias que queria contar. Parece sentimentalóide agora; soava maravilhoso então. Soava muito tranquilo. Mais que tudo, eu queria penetrar nas defesas dos meus leitores, queria rompê-las, capturá-las e trocá-las, para o resto da vida, por nada mais que histórias. E sentia que podia fazer essas coisas. Sentia que tinha sido feito para fazer essas coisas.
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Até que ponto isto parece pretensioso? Muito ou pouco? De um modo ou de outro, não peço desculpas. Eu tinha 19 anos. Não havia um único fio grisalho na minha barba. Eu tinha três calças jeans, um par de botas, a ideia de que o mundo era minha ostra, e nada do que aconteceu nos 20 anos seguintes provou que eu estava errado. Então, por volta dos 39 anos, os problemas começaram: bebida, drogas, um acidente de carro que mudou meu modo de andar (entre outras coisas). Já escrevi longamente sobre o assunto e não preciso voltar a ele aqui. Além disso, para você tanto faz, certo? O mundo acaba sempre lhe enviando a bosta de um Patrulheiro para retardar seu avanço e mostrar quem está no comando.
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Você que está lendo isto sem a menor dúvida já encontrou (ou vai encontrar) o seu; eu encontrei o meu e tenho certeza de que ele voltará. Ele tem o meu endereço. É um cara mesquinho, um Mau Elemento, o inimigo jurado da piração, da putaria, do orgulho, da ambição, da música alta e de todas as coisas dos 19 anos.
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Mas ainda acho que essa é uma idade muito boa. Talvez a melhor idade. Você pode rolar no rock a noite toda, mas, quando a música cessa e a cerveja chega no fim, você consegue pensar. E sonhar sonhos grandes.
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O Patrulheiro mesquinho acaba mais cedo ou mais tarde podando você e, se você já começou pequeno, pois é, quando ele acaba, não sobra quase nada além da bainha do seu corpo. Arranje outro, ele grita e sai marchando com o bloquinho de multa na mão. Por isso um pouco de arrogância (ou mesmo um monte) não é tão ruim, mesmo que sua mãe, é claro, tenha dito outra coisa. A minha disse. O orgulho vai embora depois da queda, Stephen, disse ela... e eu constatei — bem na idade certa, isto é, 19x2 — que você acaba mesmo caindo. Ou que é empurrado para a vala. Aos 19, podem mandar você parar no acostamento, sair da porra do carro, levar sua dolorida queixa (e sua bunda ainda mais dolorida) para o meio da estrada, mas não podem apreendê-lo quando você senta para pintar um quadro, escrever um poema ou contar uma história, pelo amor de Deus, e se por acaso você, que está lendo isto, é ainda muito novo, não deixe os mais velhos e supostamente mais vividos lhe dizerem nada diferente. Certo, você nunca esteve em Paris. Não, você nunca correu com os touros em Pamplona. Claro, você é um moleque que três anos atrás ainda não tinha cabelo debaixo do braço... mas e daí? Se você não começa grande demais para sua calça, como vai caber dentro dela quando crescer? Deixe que ela rasgue, não importa o que os outros digam, esse é o meu ponto de vista; sente-se e fume a calça."

:)

10.9.09

voltei a escrever

agora, um capítulo por vez.

Prefácio

Oi

Não tenho idéia de como começar a contar tudo que aconteceu, mas é pra isso que servem as introduções, não? Por bem ou por mal, tudo que tem começo, um dia há de acabar.
Voltando algumas semanas, pude perceber que existem coisas as quais ficariam melhores adubadas com uma fina camada de terra, depois sobrepostas com grama e, se possível, que viessem a abrigar vida. Dá-se a perceber o propósito dessas coisas conforme, a partir de todas as camadas, vem a surgir algo da terra. Se o vento soprar, a chuva cair, o sol rebentar perante as nuvens e nenhum cachorro querido a desenterrar um pertence ali perto, tortas podem ser feitas e deliciadas em plena admiração ao resultado do tempo agindo de sua maneira característica.
Porém, são coisas que não podem ser enterradas que nos pressionam a ir dormir e ignorar mais um piscar de olhos da noite precedendo o raiar do dia.
Ou, se você puder me ouvir, arrastar a um redemoinho no mar, sem chance de faróis por perto. Quisera eu ter uma luz pra quebrar a escuridão que recaiu como o véu da morte, acalentando os escolhidos.

29.4.07

all time my life

when the world comes crashing down, who's ready to party?

19.4.07

And, in the end, the love you take is equal to the love you make.'

'(...)Se você acredita naquela velha frase, de que você precisa viver o blues para tocar blues, acho que tenho experiência pra cacete. Alguém me disse uma vez que as coisas boas não acontecem da noite para o dia. Que as coisas demoram para se desenvolver. Bem, eu também já ouvi dizer que 'merda acontece'.
Eu queria tocar blues porque sentia o blues. Era um modo de começar tudo de novo. Uma oportunidade de refazer a minha vida - uma chance de mudar meus antigos padrões. Então entrei numa banda de rock outra vez. Comecei a aprender a me controlar e a voltar a encarar a música como diversão. Exatamente como no tempo em que eu era fã de grupos de rock, como os Rolling Stones.
Foi difícil para mim nos Ramones, mas aquilo havia acabado. Mas, pelo menos, ganhei uma experiência a partir da qual posso julgar meus erros. Comecei a acreditar que poderia sobreviver a mais um round com o rock'n'roll. Eu sabia que ele cobrava seu preço. Não tinha ilusões. Achava que ninguém na indústria da música dava a mínima se eu iria ou não tocar mais uma nota de rock'n'roll na vida(...).
(...)A agressividade é o que impulsiona uma grande banda de rock'n'roll. Não pode ser fingida; se for, será uma merda evidente. As pessoas de classe alta não entendem isso. O sistema capitalista não pode criar bandas de rock'n'roll e esperar que todo mundo aceite isso como rebelião. Não funciona. Um sistema que protege um dos lados enquanto o resto de nós vai para a cadeia me deixa louco. Portanto, não esperem que eu colabore.'

Dee Dee Ramone,
'Coração Envenenado: Minha vida com os Ramones'.

4.4.07

O Vermelho e O Branco

Uma pequena área, à esquerda, parecia destacar-se de todo o resto, opondo-se ao inevitável pensamento de felicidade, esperança e inocência. Delimitava por faixas amarelas, alertando 'não ultrapassar', quebrava a monotonia de uma noite cansada.
O crime, hediondo definitivamente, transpassava perante os olhos de pessoas curiosas, que se aproximavam, chocadas com a brutalidade. Quinze passos à frente, jazia o corpo de um palhaço sorridente, como se houvesse sido pego de surpresa, na volta ao picadeiro. O sangue camuflava-se perfeitamente à maquiagem borradae a seus botões cor magenta. Investigadores tomavam notas, alheios aos sussuros e exclamações vindos de algum lugas as suas costas. Não era o primeiro da noite, e eles estavam acostumados, cada vez mais, à estranheza.
A luminosidade diferente é igual todos os dias, mas não naquela noite. cada um com alguma idéia, talvez um possível culpado, ou até mesmo uma gangue. Conspirações, saída ocasional, eram mantidas acima das cabeças dos ocupantes de mais um passeio no trem-fantasma da realidade. Aque,e que não precisa de curvas para mostrar-se surpreendente.

3.4.07

Prefácio

Por muitos anos, cheguei a pensar em, talvez, mudar de idéia, transformar descobrindo, apenas abrir a mente ao invisível criado por eles. Aquela imaginação, a qual tornava-se cada vez mais nublada e insípida, corroía-me a ponto de tornar-me sensitivo não mais à obviedades cotidianas. Perdi a capacidade de admirar o básico, pisar nas folhas murchas só para ouvi-las quebrar-se, contrário à idéia de elas não terem culpa pelo rumo que as coisas tomavam. Alguns diriam que isso significava crescimento, amadurecimento. Mas, em que caminho isso é necessário? Se é que há um caminho. A partir de um vislumbre, uma idéia momentânea, nada mais fazia sentido. Será que haveria um fim?

2.4.07

I am nerdier than 92% of all people. Are you nerdier? Click here to find out!
you'll shut me up and bleed me dry
with cheap champagne and a complicated lifestyle
but if nothing else matters;

31.3.07


só pra deixar registrado que adorei a capa e que, um dia, esse momento lamentável teria de chegar :/

25.3.07

des-evolução

às vezes, anos parecem terem sido em vão;
meses onde o cinema não estava passando um filme legal, mesmo com sua enorme vontade de estar ali;
semanas insuportáveis e intermináveis;
dias em que os você quer todos os seus amigos longe, e ao mesmo tempo, muito perto;
horas que, nem você mesmo, se suporta e vê-se obrigado a perguntar se tudo vale mesmo a pena;
minutos em que uma chuva pode cair, ou as nuvens podem abrir caminho para um luminoso sol;
pequenos momentos e situações em que a pergunta mais interessante, e menos plausível, é 'o que será que aquele personagem estaria fazendo? onde ele estaria? como será que a vida dele continua?'

depois, o que acontece?
ou melhor, que dia gera essas pequenos pensamentos?
aposto meu dedo indicador que é domingo.
we keep the beat, with your blistered feet, we bullet the words at the mockingbirds, singing!
slept through the weekend and dream, sinking with the melody of the kiss of eternity.
get house calls from a pharmacist, saying 'how you been'?
we might have said goodbyes just a little soon (somehow this disaster town), our beliefs of kissing beats over this room!

24.3.07

atemporais

olhávamos o longo vazio, ao longe, perguntando-nos o que havia de errado. sabíamos que, mais tarde, tudo estaria como sempre esteve, tudo pertenceria ao mesmo lugar de uma vida inteira. apenas idéias chegavam, vindas de confins negros e claros, talvez relances de ações não feitas. o céu não possuia cor, as árvores deitavam-se ao léu, esperando a chuva que não viria; pássaros incensantes choravam lamentos, e nós ali, egos arruínados, na imensidão de algo sem fim. a mente prende, apenas liberta forçada; demora muito tempo para perceber o que está por trás de tudo. e, quando percebe-se, já não existe mais. a vida não foi feita pra ser compreendida, mas admirada e vivida. talvez escapar, fingir que está tudo bem quando, na verdade, nada se encaixa. esforços distorcidos, mesmo não valendo a pena quebrar os fracos elos que te separam da mais fria, e doce, verdade. compreender algo tão simples é o passo mais díficil que alguém pode tentar dar; andar numa estrada de tijolos amarelos, permeando caminhos inóspitos e agradáveis, é uma caminhada apenas de ida; a ida pra um lugar em que ninguém jamais pisou ou compreendeu.
eu, tu, eles, nós

estranho é ser do mesmo jeito que nós, cada um fazendo parte de um todo, o todo que pode mudar tudo, basta nos movermos ou pensarmos. perdemos muitas chances, risadas, bons momentos à sós, cada parte foi levada pelo pensamento repentino. em que situação estávamos? adormecidos como múmias, esperando o que não há para vir. será mesmo que é só isso?
'Mãe é Deus aos olhos dos filhos'.

'Terror em Silent Hill'
prometi-me que iria sempre colocar um pedacinho do último livro que ler, falar do último filme visto, essas coisas.
então tá ok.

'Esperança, Paul disse uma vez, que foi soprada da caixa de Pandora só depois que todas as calamidades e mágoas escaparam, é a melhor e a última de todas as coisas. Sem ela só existe o tempo. O tempo empurra nossas costas como um centrifugador, nos forçando para fora e longe, até nos conduzir ao esquecimento. Essa, eu acho, é a única explicação do que aconteceu a mim e a meu pai, como também aconteceu com Curry e Taft, da mesma maneira que vai acontecer conosco aqui no Dod, por mais inseparáveis que pareçamos ser. É uma lei de movimento, que Charlie poderia enunciar, não diferentes dos anões brancos e gigantes vermelhos. Como todas as coisas no universo, estamos destinados, desde o nascimento, a divergir. O tempo é simplesmente o padrão de medida da nossa separação. Se somos partículas em uma distância incomensurável, explodidas a partir de uma única origem, então há uma ciência para nossa solidão. Somos solitários proporcionalmente aos nossos anos.'

'O Enigma Do Quatro'

23.3.07

a self-control is all i have to hold
it's been too long
maybe i have been to bold
when you're by your own
conviction discipline can be your addiction.